Você já viu no UOL Carros que carros elétricos têm menos peças e partes móveis e, por isso, necessitam de menos manutenção na comparação com modelos convencionais.
Mas você sabia que, assim como veículos a combustão, os elétricos também têm radiador e sistema de arrefecimento? É isso mesmo: como em carros movidos a combustível, tais componentes requerem manutenção e cuidados.
Um veículo a combustão tem a parte de arrefecimento muito exigida pelo fato de o respectivo motor trabalhar a mais de 90°C – além disso, nesse tipo de propulsor, quase 80% da energia que entra nele é transformada em calor.
Logo, o sistema de arrefecimento tem de ser bem parrudo para trabalhar em temperaturas muito elevadas – isso requer a presença de um ou mais radiadores e, dependendo do veículo, de grandes ventoinhas para dissipar todo esse calor.
No carro elétrico também é preciso controlar a temperatura, mas o calor gerado nele é consideravelmente menor. A parte mais sensível é a bateria, cuja temperatura deve estar controlada para oferecer máxima performance com segurança.
“O sistema de radiador é muito menor, muito mais compacto, pelo fato de o veículo elétrico aproveitar até 95% de toda a energia quente,. Porntato, ele produz pouco calor e geralmente trabalha em temperatura ambiente. Isso se reflete nas especificações do fluido de arrefecimento e do radiador” , explica Clemente Gauer, diretor do Grupo de Trabalho de Segurança do Conselho Diretor da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).
Há modelos nos quais a troca do fluido precisa ocorrer de cinco em cinco anos ou quando o carro atingir 240 mil km rodados – o que acontecer primeiro. Esses prazos variam de acordo com o modelo de veículo e precisam ser consultados no manual do proprietário.
Cuidados
E o que acontece se a troca do fluido no período determinado não acontecer?
“O fluido vai ganhando acidez, então isso pode corroer o sistema ou até degradar a ponto de começar a entupir realmente a colmeia do radiador e as bombas d’água que são necessárias para o fluido correr. Isso pode fazer com que o sistema elétrico sobreaqueça”, diz Gauer.
O superaquecimento do sistema acarreta outras perdas. “O veículo entra em um modo de emergência, com o acendimento de uma luz de alerta no painel. Por segurança, tal modo reduz a performance do veículo e pode até impedir, temporariamente, a recarga do automóvel”, completa.
Em carros a combustão, o mau funcionamento do sistema de arrefecimento pode ter consequências drásticas, como danos ao cabeçote, junta, pistão, cilindro.
“Em um carro elétrico, existe uma série de termômetros no motor, no inversor, no carregador para prevenir aquecimento excessivo.”, afirma o especialista.
A recomendação é seguir os intervalos de verificação e troca de fluido indicados pela fabricante. do veículo na rede autorizada – caso o sobreaquecimento persista, uma visita à oficina se faz necessária
