O volume superou em três vezes as compras externas do país no mesmo mês de 2024 e cresceu 54% versus outubro.
As importações de gasolina pelo Brasil alcançaram 550 milhões de litros em novembro, o maior patamar mensal desde maio de 2023, apontaram dados oficiais do governo e uma análise da consultoria StoneX enviada à Reuters nesta sexta-feira, 5.
O volume superou em três vezes as compras externas do país no mesmo mês de 2024 e cresceu 54% versus outubro.
“O aumento do volume pode refletir um forte avanço da demanda interna no mês, conforme o período de maior consumo do ciclo Otto, em um momento de preços da gasolina C mais atrativos que os do etanol hidratado”, disse a analista de inteligência de mercado da StoneX, Isabela Garcia, em nota.
“Além disso, a redução da oferta doméstica em outubro, com manutenção de refinarias, também eleva a necessidade de importação do derivado”, complementa.
Garcia também mencionou que a manutenção de uma janela de importação por um longo período antes de um reajuste pela Petrobras no fim de outubro também pode ter contribuído para um aumento das importações.
Para dezembro, espera-se uma desaceleração no volume importado em relação a novembro, mas a expectativa é que o volume de compras externas cresça em 2025 ante o ano anterior, ponderou Garcia. No acumulado do ano até novembro, as importações de gasolina subiram 6,5%.
Diesel
No caso do diesel A (puro), as importações feitas pelo Brasil no acumulado do ano até novembro cresceram 16,6% versus o mesmo período de 2024, com a menor oferta doméstica e o consumo aquecido, mostraram os dados. No período de 11 meses, as compras externas de diesel pelo país somaram 15,8 bilhões de litros.
O analista de inteligência de mercado da StoneX, Bruno Cordeiro, afirmou que o avanço ocorreu apesar de um aumento em agosto da mistura de biodiesel no diesel B, vendido nos postos de combustíveis, e projetou que o consumo aquecido deve se estender até o fim do ano.
Em novembro, as importações cresceram 64% ante o mesmo mês de 2024, a 1,3 bilhão de litros. “A movimentação incomum para o penúltimo mês do ano acaba refletindo uma demanda ainda aquecida na frente agrícola, com o atraso do plantio da soja em outubro e a reaceleração em novembro culminando, provavelmente, em um avanço das vendas de diesel B no país – influenciado pelo transporte de insumos agrícolas aos campos”, disse Cordeiro.
