Novo aumento do ICMS sobre diesel preocupa transportadores

10/12/2025

Fonte: monitormercantil

Ato do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que engloba representantes do governo federal e dos estados, divulgado no dia 8 de setembro, no Diário Oficial da União (DOU), reiterou o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o diesel, gasolina e gás de cozinha a partir de janeiro de 2026. Esse será o segundo ano consecutivo de elevação do ICMS sobre combustíveis, já que ainda em fevereiro deste ano, houve reajuste do imposto.

No caso da gasolina, o aumento passará de R$ 0,10 por litro para R$ 1,57; para o gás de cozinha, a elevação será de R$ 1,05 por botijão e, no caso do diesel, o valor cobrado era R$ 0,05 por litro e passará para R$ 1,17. Esse reajuste é baseado em uma avaliação dos preços médios mensais dos combustíveis apresentados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), durante fevereiro a agosto de 2025, sendo comparado ao mesmo período de 2024.

Um dos setores mais afetados com esse aumento é o Transporte Rodoviário de Cargas, que hoje é um pilar importante quando se trata da economia brasileira. Nessa ótica, o TRC é responsável por mais de 60% de toda a logística do país, e dentro do setor, o combustível representa, em média, entre 35% e 40% dos custos operacionais de uma transportadora, o que gera preocupação em relação aos planejamentos estratégicos e a estabilidade operacionais das empresas.

Para a diretora de estratégia e gestão da TransJordano, Joyce Bessa, a elevação do ICMS sobre diesel e gasolina atinge diretamente os gastos do Transporte Rodoviário de Cargas e pode desencadear consequências que tornam o trabalho de pequenas e médias empresas ainda mais desafiadoras. Para além desse reajuste nos preços, há ainda a necessidade de manutenções, segurança, cuidados e renovação dos veículos e investimentos para otimizar o trabalho.

“Qualquer elevação significativa no ICMS, como a que foi anunciada, gera impacto imediato nas despesas e compromete a previsibilidade do setor. Para muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, esse reajuste pode reduzir margens já apertadas e criar dificuldades para manter a competitividade. Quando olhamos para o Transporte Rodoviário de Cargas, sabemos que ele é responsável por mais de 60% de toda a logística do país. Qualquer elevação nos combustíveis tem efeito dominó: encarece fretes, pressiona cadeias produtivas e pode gerar inflação em diversos setores”, afirma a diretora.

Na perspectiva de Marcel Zorzin, CEO da Zorzin Logística, a medida implica em ainda mais instabilidades tanto organizacionais quanto financeiras para quem atua no setor. “Esse aumento chega pesado para o bolso do transportador. O combustível é um dos maiores custos da operação, então qualquer mudança afeta diretamente o dia a dia das empresas. Não é só uma questão de valor, mas de planejamento, porque o impacto é imediato”, declara o executivo.

TRC

Com as constantes mudanças no cenário político e econômico, empresários do setor vêm se preparando e apostando em uma organização estratégica, além do acompanhamento do valor do ICMS. “Na TransJordano, trabalhamos com planejamento de longo prazo e constante monitoramento de cenários. Isso significa que buscamos estratégias de eficiência operacional, renovação de frota para veículos mais econômicos e investimento em tecnologia para otimizar rotas e consumo. Além disso, mantemos diálogo constante com clientes para equilibrar custos e repassar reajustes de forma transparente, sempre priorizando a sustentabilidade do negócio”, alega Joyce Bessa.

O TRC é um setor que se desenvolveu ao longo dos anos e, juntamente a outras indústrias, continua sendo afetado por incertezas cada vez mais recorrentes. Esse segundo reajuste no ICMS em um curto período de tempo vem de encontro ao aumento no percentual da mistura de biodiesel ao diesel, outro evento que trouxe a necessidade de rápida adaptação para os transportadores.

A elevação da mistura de biodiesel ao diesel trouxe impactos tanto no desempenho dos veículos quanto no custo do combustível. Essa nova alta soma-se a esse cenário, aumentando ainda mais a pressão sobre as transportadoras. Para empresas que trabalham com produtos sensíveis, como combustíveis e químicos, essa combinação exige ainda mais cuidado com o controle de manutenção e com a performance das frotas, para que os custos não se multipliquem em cascata.

“No setor, isso gera uma reação em cadeia. Se o transporte fica mais caro, o frete aumenta e isso reflete no preço final de tudo que chega até o consumidor. Além disso, pode apertar bastante a margem de pequenas e médias transportadoras, que já trabalham no limite. Essas medidas foram muito rápidas e, quando não há tempo para adaptação, o impacto é sempre negativo. O transportador não consegue repassar os custos de imediato e acaba arcando com prejuízo”, finaliza Marcel Zorzin.

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