“Temos preocupações com as altas taxas de juros e com a desaceleração da economia”, diz presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior
As vantagens do programa Carro Sustentável, que zerou o IPI de modelos mais simples produzidos no país, se refletiram em maiores volumes de vendas em julho, mas não ajudaram a manter o fôlego em agosto. No mês passado, foram emplacados 225,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus — uma retração de 5,05% em relação a agosto de 2024,
segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
Já no acumulado do ano, porém, a venda de 1,66 milhão de unidades representou avanço de 2,77% em comparação com os oito meses de 2024.
O presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior, demonstra preocupação em relação à oferta de crédito. “Temos preocupações com as altas taxas de juros e com a desaceleração da economia, que podem afetar os resultados deste segmento. Mas vamos acompanhar o mercado antes de rever as projeções”, destacou o dirigente, por meio de nota.
Híbridos e elétricos
Os veículos híbridos já se aproximam das 120 mil unidades no ano, 74,8% mais do que o volume registrado de janeiro a agosto do ano passado. Os elétricos somam 45 mil unidades emplacadas no ano (janeiro a agosto), 10,11% acima do total registrado em igual período de 2024.
“O segmento tem resultados positivos no ano e cresce de
forma gradativa, especialmente, nas regiões que começam a contar com uma rede de recarga mais estruturada”, destaca Arcelio.
Após iniciar o semestre com resultados positivos, o segmento de caminhões teve uma queda acentuada em agosto, o que contribuiu para o resultado negativo no total do mercado.
“O crédito segue caro e as empresas continuam seletivas nos investimentos. O agronegócio não favorece esse segmento, que reage quando as condições melhoram”, afirma Arcelio.
