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Financiamento de veículos sobe no primeiro trimestre em Minas, diz B3

24/04/2024

Fonte: Diário do Comércio

No primeiro trimestre de 2024, Minas Gerais foi responsável pelo financiamento de 149,3 mil veículos, dos quais 39,2 mil novos e 110,1 mil usados. Esse total representa um crescimento de 16,6% em comparação com o mesmo intervalo do exercício passado. Os dados são da B3.

Entre as categorias, a que mais se destacou nos três primeiros meses deste ano foi a de motos, com 30,6 mil unidades financiadas no Estado e aumento interanual de 24%. Em seguida, a de automóveis pesados, com avanço de 15,9% e 8,5 mil financiamentos. Já o segmento de veículos leves, líder de vendas financiadas, com 109,2 mil unidades, apresentou uma elevação de 14,1%.

Apenas em março, a unidade federativa respondeu pelo financiamento de 51,2 mil veículos, somando novos e usados. Essa quantidade é equivalente a um incremento de 4,8% frente ao mesmo mês de 2023 e 9,5% em relação a fevereiro. Entre os segmentos, foram 36,8 mil unidades financiadas de automóveis leves, 10,8 mil de motocicletas e 2,8 mil da categoria pesados.

Nacionalmente, o início de 2024 também foi positivo. Somente no terceiro mês do ano, foram 571,2 mil vendas financiadas de veículos, acréscimo de 8,8% no confronto com o período imediatamente anterior e 9,5%, ante março do último exercício. No acumulado do terceiro trimestre, o volume de financiamento atingiu 1,7 milhão de unidades, alta interanual de 21,4%.

Comportamento da macroeconomia influenciou os resultados

O crescimento do fluxo de automóveis comercializados por meio de financiamento está diretamente relacionado ao comportamento das variáveis macroeconômicas, especialmente aquelas mais sensíveis e ligadas ao consumo, tanto familiar quanto corporativo. Essa é a avaliação do economista e colunista do DIÁRIO DO COMÉRCIO Guilherme Almeida.

Segundo ele, o ciclo de redução da taxa Selic, iniciado em 2023 e permitido por um processo de flexibilização da política monetária brasileira por parte do Banco Central (BC), abriu espaço para a diminuição das taxas de juros praticadas no mercado e, consequentemente, o financiamento se tornou mais acessível. Em decorrência disso, o número de vendas financiadas aumentou.

De acordo com o especialista, outros fatores adicionais contribuíram para melhorar a confiança do consumidor e como efeito elevar os dados de financiamento. Ele cita, por exemplo, o avanço significativo dos indicadores do mercado de trabalho, com forte recuo da taxa de desemprego e recordes de massa salarial. Ou seja, com mais empregos e mais renda, o consumo cresceu.

Desaceleração do ritmo de corte na Selic preocupa

Os resultados deste começo de ano mostram que o mercado de financiamento de veículos segue aquecido após retrair em 2022 e registrar avanço de 10% em 2023. Almeida avalia, contudo, que esse aquecimento ainda é insuficiente para consolidar uma recuperação do setor. E diz que a possibilidade de redução no ritmo de quedas da Selic é preocupante e pode dificultar o processo.

O economista explica que as incertezas diante do ambiente macroeconômico, em parte decorrente de uma mudança na política fiscal, levaram o BC a sinalizar o último corte de 0,5 ponto percentual na Selic para maio. O mesmo fator, atrelado à perspectiva de juros altos nos Estados Unidos por mais tempo, resultou em uma elevação das projeções de analistas para a taxa.

“O novo Boletim Focus mostrou uma expectativa para a Selic maior tanto para 2024 quanto 2025. Consequentemente, as instituições financeiras vão reformulando o custo do crédito disponível ao consumidor, seja pessoa física ou jurídica. É possível que isso respingue nas taxas de juros praticadas pelo mercado, incluindo o financiamento de veículos, o que pode desacelerar o processo de recuperação do setor e, a depender da magnitude, até interromper”, ponderou.

 

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.