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Mobilidade elétrica em discussão

21/09/2018

Fonte: Fecombustíveis

Até 2030, cerca de 30% dos novos veículos comercializados no Brasil deverão ter algum tipo de eletrificação, segundo estudo da consultoria Mckinsey apresentado na 14ª edição da Plataforma Latino-Americana de Veículos Híbridos-Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, promovido pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que aconteceu de 17 a 19 de setembro, em São Paulo.
O levantamento também apontou que, no país, a principal preocupação de 90% dos motoristas entrevistados é o alto preço dos combustíveis. Apesar disso, muitos consumidores não enxergam benefício econômico com a eletrificação dos veículos: 59% consideram menos poluentes e apenas 29% citaram a economia com a recarga elétrica.
Além da feira de exposições de veículos e equipamentos, ocorreu paralelamente o Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-Move), que reuniu especialistas em novas tecnologias, montadoras de veículos e representantes do poder público. Dentre os temas discutidos, a preocupação com a qualidade do ar, a sustentabilidade e a necessidade de estímulos à mobilidade elétrica ficaram em evidência.
“Precisamos de um plano nacional de eletromobilidade”, destacou Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE. “Temos de facilitar os modelos de negócio. A ABVE defende a redução do IPI dos veículos, como forma de estímulo à tecnologia, e também apoia a instalação de eletropostos”, afirmou.
Guggisberg considera que os veículos elétricos levíssimos (bicicletas, scooters e patinetes) são a porta de entrada do consumidor comum à eletromobilidade. Porém, na visão dos especialistas, o nicho com maior probabilidade de avanço da tecnologia é o de veículos de transporte de passageiros. “Ônibus urbanos têm trajetos já previstos, o que facilita o planejamento da recarga, e também percorrem alta quilometragem, o que torna a tecnologia viável do ponto de vista econômico”, explicou Adalberto Maluf, diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios da BYD Brasil.
Para Giovani Machado, superintendente de gás natural e biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a eletrificação é uma tendência natural e vai avançar, tanto no mundo quanto no Brasil. “A questão é qual será a velocidade de entrada das novas tecnologias. O Brasil tem os biocombustíveis, e o etanol também é uma fonte energética renovável e limpa. Então, a entrada dos elétricos no mercado deve acontecer de forma mais lenta”, disse.
Independentemente do ritmo da eletrificação, as empresas do setor de combustíveis já estão se preparando para as mudanças. A Ipiranga, por exemplo, já instalou pontos de recarga rápida em postos da bandeira entre Rio de Janeiro e São Paulo, e tem planos para expandir a rede de eletropostos. “Além do corredor elétrico entre São Paulo e Rio, a Ipiranga tem 50 estações de recarga em postos urbanos e planos de expansão para mais 200 unidades”, afirmou Renata Rodrigues, gerente de projetos especiais da bandeira.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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